O espaço onde realmente se vive: a vizinhança.
O lugar para o encontro, recuperação da vida comunitária e a proposta de ações que permitem a construção de laços que tragam aos seres humanos nela envolvidos o senso de pertencer, de interagir e recuperar a dignidade, a segurança e o sentido de responsabilidade compartilhada

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O que faz uma vizinhança prosperar?

Existe um conceito difícil de traduzir para o português e que diz respeito ao que está por trás do que pretende ser promovido pelo Movimento de Vizinhos – Brasil: Placemaking.

Trata-se de um termo inicialmente utilizado por arquitetos e paisagistas americanos nos anos 70 que significa “tratar espaços de .forma diferenciada" ou "o modo pelo qual nós como seres humanos transformamos os espaços nos quais estamos em lugares onde nós vivemos",(como escrevem Lynda Schneekloth e Robert Shibley no livro "Placemaking", publicado por John Wiley & Sons, 1995).

Outro conceito que ajuda a talvez lançar um outro olhar sobre o tema da vida nos espaços da cidade seja o conceito de Vila, como o modo básico e natural como as pessoas se organizam para viver. Nós não vivemos em cidades, países ou estados. Vivemos em nossa vizinhança, nosso bairro, nossa "vila".

Existem pelo menos onze princípios que podem ajudar o espaço de viver a realmente prosperar, principalmente quando se entende este termo como o florescimento de qualidade de vida, segurança, bem estar e vida sustentável. Cada um destes princípios poderá ser explorado com mais profundidade nas próximas postagens, mas por agora creio que citá-los pode ajudar a iniciar o diálogo:

1- A comunidade é o especialista. A pessoas que vivem e trabalham em um lugar são aquelas que sabem o que precisa ser feito e como fazê-lo melhor

2- Você está criando um lugar para viver, não um plano. As plantas baixas e projetos para a melhoria de uma vizinhança são muito menos críticas para o sucesso da empreitada do que outros fatores como o plano de administração e o envolvimento dos cidadãos locais.

3- Você não pode fazer isso sozinho. Achando os parceiros certos irá trazer mais recursos, idéias inovadoras e novas fontes de energia para seus esforços.

4- Eles sempre dirão: "Isso não pode ser feito". Quando os oficiais do governo, emrpesários e mesmo alguns de seus vizinhos disserem que nõa vai funcionar, o que eles realmente querem dizer é "Nós nunca fizemos nada assim antes". Isto é um sinal de que você está no caminho certo.

5- Você pode ver um monte de coisas simplesmente observando. O caminho mais inteligente de mudar uma vizinhança é primeiramente dar uma boa olhada no que já está acontecendo lá. Preste atenção ao que funciona e ao que não dá certo em um lugar em particular.

6- Desenvolva uma visão. Para que a visão de uma comunidade faça sentido e faça diferença, ela tem de nascer das pessoas que vivem lá, não de consultores ou outros profissionais de fora.

7- A forma apoia a função. Se você não levar em conta como as pessoas usam um lugar em particular no começo, você terá de lidar com as conseqüências mais tarde.

8- Faça as conexões. Um grande lugar em ua vizinhança oferece muitas coisas para fazer, cada uma das quais amplia as demais e produz mais do que a soma das partes.

9- Comece com as margaridas. Pequenas coisas podem preparar o cenário para grandes mudanças, especialmente servindo como prova para os céticos de que a mudança é possível.

10- Dinheiro não é o problema. Se você conseguir ter uma comunidade cheia de vida trabalhando com você, você vai encontrar maneiras criativas de contornar os obstáculos financeiros..

11- Você nunca chegará ao fim. Oitenta por cento do sucesso de qualquer lugar é devido a quão bem ele é administrado depois que o projeto está feito.


Um comentário:

Luis Patricio disse...

Dá uma olhada:

http://www.pps.org/info/newsletter/great_streets/